Criador de conteúdo fez registro das ‘salpas’ em Praia Grande (SP). Biólogos afirmam que animais são “inofensivos” aos seres humanos.

Pequenos animais transparentes foram encontrados à beira mar em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Três biólogos explicaram que as “salpas” são organismos planctônicos gelatinosos que, diferentemente das águas-vivas, não causam queimaduras

O criador de conteúdo Rodrigo Oliveira, de 42 anos, registrou as imagens na praia, na altura do bairro Praia Canto do Forte. Ele contou ter feito a publicação nas redes sociais após perceber pessoas “com medo” dos animais.

“É comum aqui nos dias frios. Publiquei pois muitas pessoas acabam ficando com medo, achando que são águas-vivas. [Eu] já sabia que eram salpas, pois já tinha pesquisado sobre elas alguns anos atrás”, disse Oliveira.

Biólogos

Segundo o biólogo Eric Comin, as salpas são comuns em todos os oceanos. O profissional explicou que elas servem de alimento para outros animais e vivem à mercê do mar.

Nesta época do ano, entre a primavera e o verão, as salpas sofrem a influência da corrente Água Central do Atlântico Sul, rica em nutrientes, que aumenta a produção primária, ainda segundo o biólogo.

“Elas se movem bombeando a água longitudinalmente através do corpo, ao mesmo tempo em que filtram essa água no conjunto de estruturas internas que vão reter o plâncton […]. A maré enche [e] deposita esses animais na praia”, disse Comin.

Samantha Rayel Eva, que também é bióloga, disse que as salpas aparecem “aos montes” porque se reproduzem de forma acelerada. Ela afirmou também que, geralmente, o aparecimento indica que há bastante fitoplâncton em um determinado ambiente.

“As salpas são animais marinhos semelhantes às águas-vivas, porém não possuem tentáculos nem células urticantes. Esses bichinhos transparentes e gelatinosos são levados pelas ondas, marés e correntezas por serem planctônicos”, afirmou ela.

Por fim, o biólogo Alex Ribeiro destacou que a salpa é inofensiva ao ser humano. Em mar aberto, inclusive, existem organismos iguais, mas em tamanho superior. “Já tive a oportunidade de ver exemplares bem grandes ali mergulhando no México, vi exemplares bem grandes mesmo”, contou.